O chefe de Governo tunisino pede ao Parlamento fundos excecionais para desafios excecionais e mostra vontade de criar um Estado democrático e não teocrático.

Entrevista: Hamadi Jebali garantirá a democracia na Tunísia?

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/16090746/n003-0204-pt_mf.srt

Hamadi Jebali, olá.  É o líder do governo tunisino.

Bem-vindo a Bruxelas.  É a sua segunda visita, não é?

Reuniu-se com o Presidente  do Conselho, Herman Van Rompuy,

e com MPEs  que estão a pedir garantias...

Passo a citar: "Garantias  das autoridades tunisinas

de que a transformação democrática  do país é irreversível".

"É a chave para a cooperação  com a Europa".

Se perguntam é porque devem  ter dúvidas. Compreende isso?

Não vi dúvidas. Não senti que as  pessoas estivessem a pedir garantias.

Mas digamos que há medos que são  justificados para os nossos amigos.

Medos não só pela Europa,  mas pela própria Tunísia.

Portanto, vou corrigi-lo.  Ninguém me pediu garantias.

foi que o governo agisse com firmeza.  Isso é verdade.

Nós próprios pedimos isso.  O nosso povo pediu isso.

Mas pode ter a certeza de que  tencionamos fazê-lo e fizémo-lo.

Estamos a agir com firmeza  contra qualquer violação da lei

e, sobretudo, o uso de violência  contra outras pessoas.

Não nos pediram só uma garantia,  mas sim cooperação.

aqui tem-se falado muito  sobre democracia.

A 23 de outubro de 2011,  os tunisinos foram a votos.

Estou quase um ano atrasado.  Ainda não há constituição,

apesar de na altura ninguém ter  prometido que seria mais cedo que isto.

Falou de diretios humanos, direitos  das mulheres. O que podemos esperar?

Redigir uma constituição num ano  é muito bonito e desejável,

Não é culpa de um partido ou de outro.

Penso que temos de agir em conjunto  de forma a andarmos mais depressa.

O principal é termos de concordar  e chegar a um consenso nacional

para termos um calendário  e um consenso entre partidos.

Espero que estejamos a meter a  segunda para acabar o nosso trabalho

e o apelo vai para a Assembleia  Constituinte e não para o governo.

e tem a oportunidade de criar uma  dinâmica entre as partes interessadas.

É difícil criar uma dinâmica quando  se vê muita violência na Tunísia.

Em maio, disse,  e estas palavras são suas...

Atribuiu a violência recente  aos Salafistas.

"Vocês espalham uma mensagem falsa  do Islão que assusta as pessoas"

"e os tunisinos estão fartos.  Vamos agir pela força da lei. '

Hoje a situação é parecida. Vimos  o que aconteceu a 14 de setembro.

Foi quando as coisas rebentaram  na região depois do filme americano,

Sim, ainda lá está. Primeiro,  temos de inserir isto no contexto.

A Tunísia não está num ciclo  de violência contínua.

Mas mesmo assim vamos ter  de agir com firmeza,

Mas agimos e estamos a agir  com firmeza contra toda a violência.

Pode atribuir um número  a essa solidariedade,

dado que o sul da Tunísia anunciou hoje  desemprego acima dos 50%?

Procuramos sempre o apoio  dos nossos amigos, dos nossos aliados,

que seja mais forte, mais direto  e também mais rápido,

porque 2013 vai ser um ano difícil,  um ano fulcral,

que agora tem prazos reais, para redigir  a constituição, fazer eleições,

e, acima de tudo, resolver os problemas  sociais e económicos urgentes,

Falemos rapidamente da Primavera  Árabe que começou na Tunísia.

Neste momento temos  uma situação catastrófica na Síria.

O que diria ao Sr. Bashar al-Assad  sobre os seus próximos passos?

Ele deveria demitir-se e ir embora  o mais depressa possível,

porque toda a gente sabe  qual será o desfecho.