O MPE James Nicholson responde a questões sobre o futuro dos produtores leiteiros numa Europa com um fornecimento potencialmente ilimitado de leite.

Fim das quotas leiteiras: Preocupações do setor do leite

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/11926853/n004-0023-pt.srt

As quotas do leite chegarão  ao fim a 31 de março de 2015.

30 anos de restrições à produção  trocadas pela lei de oferta e procura.

Os produtores leitores  têm bastantes dúvidas:

Então e a volatilidade dos preços,  o fim dos apoios financeiros

e a reorganização  da cadeia de produção

Falámos com o MPE britânico  James Nicholson,

a quem o PE deu a responsabilidade  de abrir caminho para as alterações

O pacote do leite é implementado  de forma diferente nos vários países.

Os produtores, a indústria  dos lacticínios e de processamento

adaptar-se-ão à nova situação,  com sucesso,

mas precisamos  de estabilidade agora. Obrigado.

A verdade é que ninguém  pode garantir estabilidade.

Ao elaborar o pacote dos lacticínios,  em 2012, há 3 anos,

deixei claro que,  sem haver máxima cooperação

Podemos dizer  que essa confiança não existiu

e que não se deram ao trabalho  de cultivar essa confiança.

Julgo que o futuro da indústria  dos lacticínios será bom a longo prazo,

A CE erra ao dizer  não haver problema,

o problema existe e temos  de fazer mais para resolvê-lo.

Temos uma questão de um senhor  que deverá conhecer bem.

Sugere alguma medida europeia  para controlar a maior volatilidade

após a eliminação  das quotas leiteiras?

Em especial, acha que um aumento  do preço de segurança,

para refletir melhor  o elevado custo de produção,

aliviaria os problemas que  os produtores europeus enfrentam?

Acredito que a CE  age mal em atrasar-se

na estipulação de um preço adequado  de intervenção no ponto mínimo.

e transpareceu da audiência que,  mesmo aumentando a segurança

ou o preço de intervenção,  dos 18 "pence" ou 18 cêntimos,

para 22 ou 23 cêntimos,  mais próximo do custo de produção,

uma grande pressão para  compras de intervenção no leite,

mas geraria confiança e indicaria  ao mercado que o apoiamos.

Menos de 1400 produtores fornecem  leite para o queijo Cantal DOP.

Este DOP  para a nossa região montanhosa

e uma hipótese de gerar valor  para o leite, mas não funciona.

Hoje, 80% deste leite é transformado  pela Sodiaal ou pela Lactalis.

A UE diz que permitirá a regulação  de volumes de produção de leite.

Como podem os pequenos produtores  forçar as estruturas a regular o volume

e não a produzirem em escala,  reduzindo o preço do queijo?

já visitei as regiões e vi os problemas  que as pessoas lá enfrentam.

O pacote dos lacticínios tem  salvaguardas para zonas DOP e IGP,

o que parece ter resultado bem  em zonas de Itália e de França,

especificamente para proteger regiões  que produzem queijo especializado

e ninguém me disse  que não funcionara.

Fiz recentemente uma conferência para  MPE para a região austríaca do Tirol,

onde vários agricultores  produzem em zonas montanhosas

e sofrerão uma enorme pressão  para sobreviverem, sem dúvida.

Os governos nacionais  terão de ter a flexibilidade

pra usar fundos do segundo pilar,  alguns têm.

Pode explicar  o que é o segundo pilar?

O segundo pilar é a zona  por onde é possível

que o governo nacional  converta parte do primeiro pilar

Queremos  que estas pessoas desapareçam?

Acredito que não,  pois dão um contributo fantástico

para o ambiente, para as montanhas  e para as regiões onde vivem.

Voltando aos custos,  eis outra questão, agora da Alemanha.

Os agricultores leiteiros da UE  têm um conjunto de novas condições...

Por outro lado,  as quotas leiteiras vão acabar,

logo cerca de mil milhões de euros  da imposição suplementar

entrarão no orçamento da UE  para a agricultura,

dinheiro que os agricultores leiteiros  precisam para investimento.

que a verba da imposição suplementar  voltará para os agricultores leiteiros?

Excelente questão,  há muita discussão sobre a matéria.

A verba da imposição suplementar,  como é cobrada,

deve ser aplicada no desenvolvimento  do setor dos lacticínios.

na última compra de intervenção, a  18 "pence", com venda a 25 "pence".

Essa verba não foi parar à agricultura,  quanto mais ao setor dos lacticínios.

James Nicholson, muito obrigado  e veremos como correu para o ano.