Perdeu definitivamente a UE o desafio contra a Rússia na tentativa de conquistar a aliança da Ucrânia? Elmar Brok dá a sua opinião.

Kiev numa encruzilhada: para que lado se virará a Ucrânia?

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/16456106/n003-0273-pt.srt

Voltou domingo da Ucrânia, de Kiev,  Elmar Brok.

Como está a situação?  -Bastante precária e perigosa.

É claro que o presidente Yanukovych  se voltou para a Rússia

contra a vontade  da maioria da população.

Não sei como será possível  reconciliar as duas posições.

Espero que Yanukovych  reúna todos à mesa das negociações

enquanto respeita a vontade popular  de viragem para a UE.

Centenas de milhar de  manifestantes ao longo da semana.

Muitos manifestantes  ficaram dececionados

por Bruxelas ter demorado tanto  a ter uma verdadeira resposta.

daí vários MPE do PPE  se terem deslocado ao país.

Já é altura da Sra. Ashton  visitar o país

para tentar fazer as duas partes  sentarem-se à mesa

e possibilitar um processo  democrático e pacífico.

Alguns colegas MPE dizem  que a Rússia simplesmente venceu

Perdeu-se uma partida,  não o campeonato.

Espero que seja feita  a vontade popular,

que melhores condições de vida,  liberdade e modernização económica

resultantes de interesses económicos  unilaterais de poucos ucranianos.

os ucranianos devem decidir sozinhos,  sem interferência.

Já têm idade para decidirem sozinhos.  Quer comentar?

A decisão deve ser tomada em Kiev,  não em Bruxelas ou Moscovo.

Acredito que o povo ucraniano  tomará a decisão certa.

Ninguém tem o direito de influenciar  a decisão soberana de um povo

como a Rússia  fez com medidas comerciais,

boicotes, preços da energia  e não só,

sistematicamente para impedir  uma decisão soberana da Ucrânia,

Alegadamente, o Sr. Yanukovych  quer um acordo alfandegário.

Não, ele conseguiria uma melhor  Acordo de Comércio Livre connosco,

mas teme a pressão da Rússia,  que já causou bastantes estragos.

A política atual de Putin  visa restaurar o império russo,

é disso que se trata, não  de questões ou zonas comerciais,

a Rússia quer restaurar  o império dos Czares,

daí Moscovo tentar recuperar  o controlo sobre as antigas repúblicas.

Na Ucrânia, em especial Kiev,  temia-se que a situação agravasse.

Até onde está preparado para ir,  se tal acontecer?

Cabe às pessoas de lá decidirem,  não a mim.

Estas temem verem-se outra vez  sob jugo russo ou Soviético.

O povo ucraniano  teme perder a sua liberdade.

É frequente ouvir que a UE  foi longe de mais na sua proteção,

de que era função  do sistema judicial ucraniano.

Todos os especialistas e o Tribunal  Europeu dos Direitos Humanos

dizem que o sistema judicial local  não é autónomo.

Daí, independentemente de  Tymoshenko, ser necessário um novo

no qual o Promotor Geral  tenha menos poder do que os juízes.

O Estado de Direito é pré-requisito  para o desenvolvimento de um país.

Se dispensarmos a democracia  e o Estado de Direito,

já não precisamos  de falar dos nossos valores.

que a adesão à UE é uma perspetiva  real se continuarem voltados para nós?

É um processo  de desenvolvimento mútuo.

Está a custar à Ucrânia cumprir  condições do Acordo de Associação.

Quando as cumprir,  podemos discutir o próximo passo.

Estão ainda longe  de tornar-se um país-candidato.

A capacidade de desenvolvimento  é insuficiente em questões políticas.

Vemos as coisas  de uma perspetiva europeia,

uma opção intermédia, como o caso  da Noruega, pode ser uma solução,

A Noruega tem acesso ao Mercado  Único e faz parte da zona Schengen.

O rumo para a UE  deve ser feito passo a passo.

Depende do ímpeto e capacidade  de cada país e da capacidade da UE.

Elmar Brok,  obrigado por esta entrevista.