Está na altura da Europa mostrar o rumo arregimentar os grandes atores climáticos, mas terá força para fazê-lo? O MPE Giovanni La Via faz a sua previsão.

Conferência sobre o Clima em Lima: pode a Europa traçar o rumo global?

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/11903741/n003-0323-pt.srt

Partirá para uma importante  conferência sobre clima em Lima,

uma espécie de ensaio para a  grande conferência de 2015, em Paris.

Qual é a mensagem e as metas  que o PE levará a Lima?

A UE sempre liderou o combate  às alterações climáticas

Avançámos sozinhos  até recentemente,

mas vemos agora  que outros grandes atores globais,

potências com um papel fulcral em  termos de poluição, juntam-se a nós.

Podemos assim avançar juntos  rumo a um acordo global.

Refere-se ao acordo  da última semana entre China e EUA

Qual deve ser  a estratégia negocial da UE

e traçaremos um rumo para  a assinatura do acordo em Paris.

Em Lima analisaremos os marcos  para a poupança energética,

de redução de gases  com efeito de estufa,

as metas a traçar  para a energia renovável

e, tendo tudo isto em conta,  há que decidir em conjunto

quais os países que  devem adotar metas vinculativas

rumo à eficiência energética,  à redução de emissões

Debateremos estas questões  em conjunto

e veremos serem as condições  adequadas ao progresso.

Um objetivo que não será vinculativo,  mas que nos afeta, como comunidade,

é a eficiência energética,  a redução do consumo energético,

que resultou no desenvolvimento  de várias pequenas empresas.

Acha que tornar  este aspeto facultativo

levará à redução do financiamento  público a essas empresas,

afetando o desenvolvimento  da economia verde?

A eficiência energética  é, sem dúvida,

o real objetivo vinculativo  e o mais ambicioso.

Se conseguirmos reduzir o consumo  através da eficiência energética,

mais redução das emissões  de gases com efeito de estufa,

mais redução  no consumo geral de energia

e obter efeitos positivos para  o ambiente, como consequência.

Os países em desenvolvimento,  como Brasil e Índia, fazem-se ouvir,

Qual deve ser a estratégia a adotar  em relação a esses países?

São países que querem manter  um diferencial competitivo connosco.

Podemos aceitar  um diferencial acordado e dizer:

"mas não pode parar,  devem acompanhar-nos.

Se fazemos 10, 15 ou 20% mais,  devem fazer os vossos 20% iniciais."

É mais fácil atingir  bons resultados na fase inicial,

fá-lo-ão sem esforço e podemos  cooperar numa meta mais ambiciosa.

e à conferência mais importante,  no próximo ano,

com um pacote de medidas  já sobre a mesa.

O PE deve ainda avaliá-lo,  mas há trabalho a decorrer.

dão credibilidade à UE  perante o mundo?

e basicamente alcançámos  as metas que traçámos

e já mostrámos  que podemos avançar neste trajeto.

Porque contemos  as vozes que pedem mais?

Em debates  com outras instituições da UE,

dissemos que, se outros países  adotassem metas como as nossas,

podemos tornar  as metas vinculativas para os países.

Mas sem compromissos fortes  de todos os países em Paris,

estabelecer metas mais pesadas  só aos Estados-Membros

implicará reduzir a competitividade  do nosso sistema económico

e não abordar as questões  do relançamento económico

Nenhum país  cumprirá as metas sozinho,

pois o efeito da competitividade  no seu sistema

arriscaria destruir  o sistema económico.

Se conseguirmos alcançar  um acordo global em Paris,

poderá haver uma análise interna  do pacote para o clima.

Diz não estar contra nova imposição  de limites nacionais no futuro?

Claro que debateremos este pacote  nos próximos meses e anos.

Perante o que veremos em Lima  e as nossas negociações em Paris,

poderemos ajustar  as nossas metas em sede legislativa,

tornando-as mais vinculativas e rígidas  do que as propostas pela CE.