O líder da delegação russa do PE aborda questões levantadas pelas controversas eleições da Duma Estatal e pelo veto da condenação da Síria no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Entrevista: A Europa pode continuar a trabalhar com a Rússia?

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Knut Fleckenstein,  bem-vindo à EuroparlTV.

Está à frente da delegação UE-Rússia  aqui no Parlamento Europeu.

As relações da UE com a Rússia  não estão no seu melhor atualmente,

após as eleições gerais e as dúvidas  sobre a sua legitimidade e justiça,

antes das eleições presidenciais,  que prometem mais do mesmo,

e considerando a política de bloqueio da  Rússia dentro do Conselho de Segurança.

Como descreveria as relações atuais  entre a UE e a Rússia?

A minha resposta será política,  citando aspetos positivos e negativos.

Há muitas vantagens, tais como a adesão  à Organização Mundial do Comércio,

que facilitaram as negociações sobre o  Acordo de Cooperação UE-Rússia

Mas tem razão, as eleições de Duma de  dezembro passado deixaram marca

uma vez que a Rússia não  seguiu as regras

acordadas com o Conselho Europeu  e a OSCE.

Da qual a Rússia é membro efetivo.  -Precisamente.

Mas, em última análise, estes acordos  não foram respeitados.

Então, o Parlamento Europeu pode  apontar o dedo e dizer

'Não deveríamos todos honrar  o que acordamos em conjunto?'

Continuando com o tema das eleições,  as presidenciais estão a chegar.

Acredita que vão decorrer em maior  acordo com as regras?

É do interesse dos líderes russos  não repetir os mesmos erros.

Claro, há problemas  em termos da perceção pública.

Quando é que um presidente ou primeiro  ministro se torna candidato eleitoral?

As mesmas questões se levantaram na  Alemanha, mas há um problema maior.

que não se verifique fraude eleitoral à  escala das eleições para a Duma.

Talvez não seja necessária fraude, já  que muitos candidatos nem passaram.

Tiveram de reunir  um grande número de votos,

e alguns dos mais conhecidos  políticos da oposição

Portanto as eleições foram falsificadas  desde o princípio.

Alguns candidatos podem, de facto, estar  ausentes das eleições.

Mas as grandes demonstrações a ter lugar  durante a campanha eleitoral,

provam que cada vez mais russos  rejeitam esta democracia prescrita,

e querem usufruir dos seus  direitos de cidadãos.

Gosto especialmente das pessoas  que usam fitas brancas.

apenas querem chamar a atenção  para o facto

de que os seus direitos têm de ser  reivindicados a dada altura.

Passando à política estrangeira, a  situação no Conselho de Segurança da ONU

e a política de bloqueio da Rússia e da  China relativamente à situação na Síria.

Qual deveria ser a mensagem do  Parlamento Europeu sobre este assunto?

Deveríamos explicar à Rússia que  temos uma responsabilidade comum,

e estamos convencidos de que esta  responsabilidade para com os sírios

só poderá ser levada a cabo se  definirmos claramente a nossa posição.

Não consigo imaginar que um compromisso  com o Sr. Assad seja possível.

O ministro russo dos negócios  estrangeiros tentou com muito insucesso.

não são propriamente unânimes  no que diz respeito à Rússia.

Inicialmente, várias resoluções foram  aprovadas e depois alteradas.

Algumas pessoas pediram a suspensão  da cooperação parlamentar

até que haja eleições livres e justas.

Há grupos diferentes  com opiniões e intenções diversas.

todos concordaram que suspender o  trabalho parlamentar não seria sensato.

É uma Comissão de Cooperação,  não uma Comissão para os Bons Momentos.

E quem pensa que o progresso pode ser  alcançado através da suspensão do debate

está à espera de milagres, e os milagres  não têm lugar na política