Com conversações de paz em curso, Alexey Pushkov, um alto quadro político russo, diz que Moscovo continua aberta ao diálogo com a UE, mas que a Crimeia continuará a ser russa.

Conflito na Ucrânia: a Rússia mostra a sua posição no Parlamento

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Com conversações de paz decisivas  sobre o conflito na Ucrânia em curso,

veio um alto quadro político russo  definir a posição de Moscovo ao PE,

a política agressiva e expansionista  da Rússia perante a Ucrânia.

Alexey Pushkov preside  à comissão de Negócios Estrangeiros

da Duma, a câmara de deputados  do parlamento russo.

A EuroparlTV perguntou-lhe  o que trazia de novo às conversações,

dada a visão de Federica Mogherini,  nova líder da política externa da UE,

de que a parceria estratégica  da UE com a Rússia terminou.

Nesta fase,  é fundamental manter um diálogo.

Apesar da Sr. Mogherini dizer  que a parceria estratégica terminou,

não é esse o caso  da Rússia e da UE,

e estão destinadas  a ter algum tipo de relação.

Há que evitar uma hipotética cisão  entre a Rússia e a Europa,

cisão que seria irrevogável  e daria início a uma nova Guerra Fria.

é fulcral para uma resposta rápida  para o que acontece na Ucrânia.

a Sra. Merkel  e François Hollande tentam fazer

e acredito que terão sucesso.  -Acha que, na quarta-feira,

tal como foi assinado em setembro,  com todas as provisões

sobre a zona desmilitarizada  e a retirada de tropas e armamento.

O que foi debatido com Putin  em Kiev e em Moscovo será, julgo,

uma versão modificada  do acordo de Minsk,

que foi posto em causa  pelos acontecimentos no terreno,

não só pelos insurgentes,  mas também pelas ações de Kiev.

Creio que os três líderes,  em Moscovo,

terão debatido a criação de uma  nova versão do acordo de Minsk

e uma plataforma de entendimento  com base nesta nova versão.

dos EUA começarem a enviar  ou a vender armamento à Ucrânia?

A probabilidade  de o fazerem é elevada,

é extremamente perigoso, foi assim  que começou a guerra do Vietname:

Enviaram armas,  depois conselheiros militares,

depois tropas para protegê-los  e tropas para combater os vietnamitas.

É um rumo deveras perigoso  e talvez os EUA não o compreendam.

Muita gente nos EUA ainda  quer combater em toda a parte,

há dois anos  queriam bombardear Damasco,

agora querem enviar armamento  para a Ucrânia.

Há americanos belicosos,  como o Senador McCain,

e tal será prejudicial  à segurança europeia.

Como reage à ideia  de uma nova série de sanções,

em especial à luz  do estado atual da economia russa?

A Europa sobrestima  o mau estado da economia russa.

A Rússia tem reservas,  que durarão algum tempo,

e julgo haver atualmente  uma profunda coesão nacional.

Por fim, se o novo acordo  de Minsk correr bem,

parece-me que as sanções  não serão adotadas,

pois, neste caso, havendo resposta,  porquê adotar as sanções?

Para muitos, o anterior acordo  de Minsk foi uma estratégia

e consolidar  ganhos militares no terreno.

Os insurgentes acusam também  Kiev de aproveitar o armistício

para reorganizar  e rearmar os exércitos.

São acusações  que surgem de ambas as partes.

A Rússia defende que a zona  de Donetsk deve ser parte da Ucrânia,

a questão não é essa,  não está em causa

a integridade territorial da Ucrânia  em relação a Donetsk.

Acreditamos sim  que a zona tenha um estatuto

aceitava para os residentes,  que estes tenham garantias

e que cumpram as suas exigências.  Tem 7 milhões de habitantes,

não podemos decidir  o seu destino por eles,

há que encontrar  uma solução aceitável para eles.

Se assim for, a Ucrânia  continuará a ser um país unido.

Uma última questão sobre a matéria:  aos eurodeputados

que defendem que a Crimeia  deve ser devolvida à Ucrânia,

Temo que, em relação  à questão da Crimeia,

a Rússia não vá mudar a sua posição.