O gelo derrete. Apesar de a pesca se tornar mais difícil, na Gronelândia há quem acredite que o aquecimento do planeta é uma oportunidade de negócio a ser explorada.

Repórter UE: Efeitos do aquecimento global na Gronelândia

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/14497677/M003-0032-PT.srt

Na Gronelândia   o aquecimento global é bem real.

A perda de gelo mais do que duplicou   em menos de 10 anos,

mas esta ilha do Árctico descobre   o lado positivo desta situação.

Pode explorar   os seus muitos recursos naturais.

As consequências das alterações   climáticas não se sentem só noutro lado.

Os habitantes,   essencialmente inuítes,

temem os efeitos do aquecimento global   no seu habitat natural.

O seu futuro é cada vez mais precário.

A pesca nesta zona   tornou-se cada vez mais perigosa.

Não podemos andar de trenós,   o gelo está muito fino.

Cada vez vemos   menos peixes e baleias por aqui.

Dentro de décadas as consequências   serão desastrosas para o planeta.

Grande parte dos efeitos   das alterações climáticas na Gronelândia

A subida do nível do mar é um problema   grave para grande parte do mundo,

pois os grandes   aglomerados populacionais

Afectará grande parte   da população da Terra.

É algo que talvez já se observe   em países de baixa altitude,

como o Bangladesh   e várias ilhas no Pacífico.

Mas nem todos   na Gronelândia concordam.

O aquecimento global é importante   para a indústria mineira da Gronelândia.

Significa acesso mais fácil   a zonas do território

às quais hoje não se pode aceder,   devido às placas de gelo.

Isso possibilitará chegar a zonas   interessantes da Gronelândia.

A Gronelândia dependerá   da indústria mineira,

mas também do alumínio refinado,   da extracção de petróleo e do turismo.

Isso deixa-me muito feliz,   mas o desafio é seguir a via industrial.

Devido ao derreter do gelo   e às novas possibilidades económicas,

os políticos locais concentram-se   nos benefícios do aquecimento global.

A província autónoma dinamarquesa   iniciou, com Copenhaga,

conversações diplomáticas   para discutirem a autonomia total.

Recebemos 3,2 milhões de coroas   dinamarquesas anuais em subsídios,

teremos sempre esta ligação legal   com a Dinamarca.

Devido às alterações climáticas,   muitas zonas da Gronelândia

têm os portos abertos todo o ano   e o mar já não congela.

Logo, aumentam as oportunidades   para a navegação comercial.

As hipóteses de prospecção geológica   nunca foram tão boas como agora.

Isso levou à redescoberta   do nosso país e da sua riqueza.

Entretanto,   os glaciares derretem cada vez mais,

o entusiasmo aumenta e o crescimento   económico deve iniciar-se em breve.

Mas cientistas e ambientalistas   perguntam a que preço.

Talvez as alterações climáticas   façam parte da evolução do planeta,

mas, na Gronelândia,   o cenário é diferente.

Tudo acontece ao mesmo tempo   e demasiado depressa.