São várias as perguntas que os europeus colocam a propósito dos produtores de leite. Porque é que protestam tanto? E porque é que o leite é tão caro? Estará a UE a fazer alguma coisa? Descubra as respostas nesta edição de "Perguntas ao Parlamento".

Perguntas ao Parlamento: Crise do leite

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/14548213/Y010-00023-PT.srt

e porque é que os produtores   protestam o tempo todo?

O leite europeu   não é assim tão caro,

é um bem essencial, disponível   para todos os cidadãos europeus.

Infelizmente, a parte do preço do leite   que o consumidor paga actualmente

e que vai para os produtores   não é suficiente para eles sobreviverem.

É por isso que os agricultores   protestam em toda a Europa.

Os produtores protestam porque   o preço do leite é baixo, é muito baixo.

Nenhum agricultor na UE   consegue sobreviver

com 20 ou 22 cêntimos   de euro por litro de leite.

Mas nos supermercados   os produtos lácteos são caros.

A comissária disse   que se iriam estudar soluções.

Hoje em dia, os produtores de leite   não ganham o suficiente.

Mas os retalhistas   e as multinacionais agro-alimentares

têm uma margem de lucro muito   grande no preço de venda do leite.

Na Bélgica, por exemplo,   ganhamos 18,5 cêntimos de euro por litro

quando esse mesmo litro é vendido   a 80 cêntimos ou a 1,50 €.

Há uma margem de lucro muito   grande que vai para os intermediários.

O que é que a UE faz para solucionar   os problemas da crise do leite?

A comissária não   respondeu com vigor.

Há já seis meses que nos propõem   subvenções às exportações.

Esses subsídios vão de novo para a   indústria agro-alimentar e intermediários

É uma solução insuficiente   dada a gravidade da crise.

que só temos uma determinada   quantidade de dinheiro para este sector.

Não podemos gastar mais   do que o previsto no orçamento anual.

Claro que se pode dizer   que o aumento de 1% da quota anual

Mas a maioria dos Estados-Membros   suporta este aumento

para equilibrar o mercado...   entre a oferta e a procura.

A Comissão tem utilizado as ferramentas   disponíveis para aliviar o problema.

Introduziram a intervenção pública,   restituições à exportação.

Mas receio   que não seja o suficiente.

Precisamos de medidas mais eficientes   e políticas a longo prazo

para controlar o equilíbrio de poderes   na cadeia da produção alimentar.

Deverá um grupo de países subsidiar   outros com ajudas ao sector do leite?

Especialmente destinada a países que   não tenham um sector leiteiro produtivo?

Graças a Deus que o estamos   e em todas as áreas políticas,

Estou convencida de que só podemos   resolver estes problemas em conjunto.

E tenho a certeza de que   os vamos resolver em conjunto.

A Política Agrícola Comum é,   no seu âmago, comum.

Todos os países   contribuem com dinheiro.

Por exemplo,   se há produtores de vinho no Sul,

os países do Norte   também lhes pagam.

O mesmo para o leite,   se houver menos no Sul e mais no Norte.

É um sistema de trocas   entre o Norte e o Sul.

Parece-nos normal   que cada país pague uma parte

para criar um mealheiro comum que   permita manter os agricultores na UE

em linha com o ambiente   e com a sociedade.