Elisa Ferreira argumenta que cortes severos estrangulam a economia e Esther de Lange alerta que adiamentos para correção dos orçamentos de França, Itália e Bélgica afetam a credibilidade da UE.

Mais tempo para corrigir orçamentos inflacionados: salva-vidas ou loucura?

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/11908965/n003-0326-pt.srt

França, Itália e Bélgica  conseguiram mais três meses

para apresentarem um calendário  de reformas orçamentais em pormenor.

O Comissário Moscovici explicou  a nova abordagem da CE aos MPE.

Falámos com Elisa Ferreira,  dos Socialistas e Democratas,

e com Esther de Lange,  do Partido Popular Europeu,

Foram as regras do pacto  de estabilidade respeitadas?

É uma questão de credibilidade  e confiança na UE e na CE

sobre com que base legal  foi dado esse tempo extra,

A interrogação mantém-se para mim,  o que não é bom,

É a interpretação correta  das regras.

Há que aproveitar ao máximo  a margem de manobra permitida,

pois estamos num abrandamento  económico grave

de aplicar, nestas circunstâncias,  a flexibilidade vigente nas leis.

Qual deve ser a margem  de manobra dos governos

para relançar  o crescimento económico?

logo há que seguir  as regras acordadas

e, ao mesmo tempo,  algo que a Comissão Juncker faz,

ver como podemos  estimular o investimento

sem recurso a dinheiro público, mas  a verba proveniente do setor privado.

Podemos manter esta situação  económica estagnada por mais tempo?

Os preços caem.  Não há receita para isto.

É preciso medidas de emergência  ao nível da política fiscal.

A CE deve dizer  a todos os Estados-Membros

para começarem a investir e a  abrandar o processo de ajustamento,

Deve a Alemanha investir mais,  como principal economia da UE?

A Alemanha é um ator importante,  é escusado repeti-lo,

mas não pode usar o seu poder  só para benefício dos seus cidadãos,

pois os alemães beneficiaram,  e continuam a beneficiar,

através do mercado interno  e dos mercados abertos.

Quando há crise, há que  ter em conta a UE no seu todo

Não julgo bom centrarmos o debate  apenas no investimento alemão,

se significar a não implementação  de reformas estruturais noutros países.

Há que haver equilíbrio e cada  Estado-Membro deve ter o seu papel.

Vejo muitas vezes nos debates  o foco ser sobre um ou dois países

para que outros escapem  e não faço política assim.

Todos os Estados-Membros  devem participar.

No próximo ano serão revistos os  pacotes de governação económica.

O que gostariam de ver mudar?  -Devíamos ter mais algum tempo

para uma análise exaustiva  aos dois pacotes de medidas,

Um dos três elementos que  posso confirmar que analisaremos

será a legitimidade democrática,  ou responsabilização,

e a transparência  da tomada de decisões.

Não podemos ajustar  o investimento e despesa públicos

e fazê-lo em todos os  Estados-Membros ao mesmo tempo.