Volvidos seis anos sobre os atentados de Madrid, o eurodeputado espanhol Juan Fernando López Aguilar defende, em entrevista à europarltv, medidas de cooperação mais estreitas entre os países da UE na luta antiterrorista.

Entrevista: Guerra ao terrorismo, não ao Islão

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/20212424/N003-0049-PT.srt

Juan Fernando López Aguilar,   já passaram seis anos desde o atentado,

Claro que sim.   A Espanha e a Europa aprenderam.

A primeira lição é que o terrorismo   não ameaça apenas Espanha,

Ameaça-nos a todos,   afecta-nos a todos.

A segunda lição   é que temos de cooperar,

partilhar informações,   capacidades e responsabilidades legais.

Temos de agir juntos   se queremos ser eficientes.

E a terceira lição é que a luta   antiterrorista não é uma guerra militar.

Não pode ser combatida   unicamente no plano militar.

Não pode ser ganha   apenas em nome da derrota inimiga.

Temos de nos manter alerta   e continuar a lutar.

Temos de estar informados,   activos e preparados para reagir.

A Espanha luta contra o terrorismo   já desde há muitos anos.

A ETA luta pela independência   do País Basco.

Mas esta é uma luta   muito diferente, não é?

Claro,   é uma lição muito importante.

Lutamos há 35 anos   contra o terrorismo da ETA,

ao longo da transição   espanhola para a democracia

e depois já na fase   da democracia constitucional.

E concluímos que a ETA   não lutou contra o franquismo,

lutou contra a democracia,   a liberdade e o pluralismo.

Segundo, a ETA não está sozinha   no mundo do terrorismo.

Há outras formas de terrorismo   com as quais temos de lidar.

E terceiro, a luta contra o terror   é uma luta continua

porque a necessidade   de renovar as suas capacidades...

é uma necessidade para os países   democráticos, que devem cooperar

e partilhar recursos   se querem agir com eficácia.

Julga que o ataque   teve consequências no moral espanhol,

na sua atitude face   ao Islão e a Marrocos?

Devo dizer que é parte integrante   do tecido social espanhol

o termos lutado   durante tanto tempo contra a ETA

que nunca confundimos o terrorismo   e totalitarismo da ETA

com o nacionalismo basco,   que é legítimo

Na esfera basca   há um governo basco autónomo

a trabalhar há mais de 30 anos   na assembleia nacional e aqui,

O chamado terrorismo internacional,   "jihadista",

Está relacionado   com ressentimentos totalitaristas,

com racismo e acções   que têm o ódio na base.

Não há dúvida de que temos   de combater o terrorismo jihadista

mas essa não é uma guerra   contra o Islão.

É uma guerra contra   o totalitarismo e contra o terror.

Juan Fernando López Aguilar, obrigado.   -De nada.