As despesas excessivas foram o principal tema da campanha para as eleições europeias no Reino Unido. O britânico Chris Davies diz que o novo Parlamento Europeu deve tomar a dianteira para acabar com possíveis abusos feitos pelos eurodeputados.

Entrevista do Dia: Fim dos abusos na UE

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/14583864/P001-90714-003-S-PT.srt

Chris Davies, da ALDE,   eleito pelo Noroeste da Inglaterra.

Na última legislatura   trabalhou na questão das despesas

e não encontrou irregularidades   com os eurodeputados.

A coisa foi bem   diferente no Reino Unido

e as pessoas com quem falei dizem   que o tema dominou a campanha.

Refiro-me aos   deputados em Westminster.

Muitos dos eurodeputados britânicos   são reformadores neste Parlamento.

Se quer apontar o dedo   a quem votou contra as reformas,

Que melhorias já fizeram   e o que é que ainda têm de fazer?

A impressão da opinião pública   é a de que ainda há políticos,

seja em Westminster,   no Bundestag ou aqui no Parlamento,

que estão aqui só   para ganhar dinheiro.

A grande melhoria foi   o estatuto dos eurodeputados,

tentarmos ver-nos livres das quantias   exorbitantes gastas em viagens.

que muitas vezes não tinham   nada a ver com o preço do bilhete.

E há mais supervisão na aplicação   do orçamento para o pessoal.

os que chegaram a ganhar 1 milhão   de euros ao longo do mandato

Isso chegou ao fim   mas ainda há problemas.

Um desses problemas é que   não há a transparência necessária

A primeira vez   que vim a Estrasburgo, em 1986,

um eurodeputado disse-me, "Não, outro   jornalista a escrever sobre fraudes!"

Já acontecia nessa altura.   Que reformas têm de ser feitas

para que haja transparência,   não haja aldrabices,

e o público veja   o Parlamento como honesto?

Primeiro, os relatórios   dos auditores têm de ser públicos.

Isso cria a pressão política para   mudar caso os auditores o desejem.

Segundo, cada deputado deve declarar   quanto recebeu dos cofres públicos.

O Parlamento pode fazê-lo,   dizer-lhe onde gastou cada cêntimo

transferido para a sua   conta bancária no ano anterior.

Deveria ser publicado na Internet.   Os eleitores, a imprensa em cada Estado,

agir e pressionar   os eurodeputados a mudar.

Como ultrapassar problemas como   os do assinar o livro de ponto e sair?

Os que assinam e se vão embora   e os que votaram contra a transparência?

Vai ser uma campanha difícil   para pessoas como o senhor.

Gostaria de pensar   que este é um novo Parlamento

e que todos os maus   elementos já saíram.

É muito optimista!   -Somos reformadores

É difícil, para quem   comete fraudes, de parar.

Temos um novo Parlamento com uma   nova comissão de controlo orçamental.

Tenho orgulho em ser eurodeputado,   não quero nem o meu nome sujo

nem o da instituição. Em vez   de andarmos aos gritos e empurrões

para fazer estas reformas,   devíamos definir boas práticas na UE.

Imagina as pessoas a votar   no Parlamento daqui a cinco anos

Poderei dizer que fizemos   melhorias significativas

e que estamos agora muito melhor   do que muitos parlamentos nacionais.