Conversámos com um dos principais MPE antirracismo e com outro que esteve nas negociações climáticas da ONU no Catar.

7 dias: Ainda nenhum acordo da UE sobre a política de asilo - muito poucos progressos em Doha

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/16176052/m004-0058-ptx.srt

Olá e bem-vindos a esta edição  muito especial de 7 Dias na Europa.

Estamos prontos para o que der e vier,  mas ainda dentro do PE.

Por aqui, a semana foi  bastante movimentada.

Tivemos Mario Draghi, Presidente do BCE,  a dizer à Comissão dos Assuntos Económicos

que vê sinais de uma possível  viragem, uma pequena recuperação,

na segunda metade do ano que vem,  portanto, boas notícias para variar.

Os MPE não estiveram de acordo com a  CE e os governos dos Estados-Membros

sobre uma política do asilo.  Já iremos falar disso.

Mas deram início a uma discussão a  três entre as instituições sobre como

decidir alguma coisa que ajude os  trabalhadores sazonais, as pessoas que

vêm para a Europa trabalhar na  agricultura, horticultura, turismo, etc.

O meu convidado é o socialista britânico  Claude Moraes. Bem-vindo e obrigado.

Daqui a pouco falamos destas questões,  mas antes o interlúdio Sim-Não,

em que faço uma série de perguntas às  quais peço que responda sim ou não.

Muito bem, vamos a isto. A UE está a pedir às  pessoas que aceitem sofrer demasiado

juntamente com a recuperação?  -Talvez.

Partilha do ponto de vista otimista de  Mario Draghi para o próximo ano?

A cimeira mais recente não fez  grandes progressos. Isso preocupa-o?

Teme que o atual estado da Europa  esteja a encorajar o nacionalismo?

O populismo é um perigo  e os culpados são os políticos?

Acha que a UE devia fazer mais acerca da  ascensão da extrema-direita?

Pode-se fazer alguma coisa  acerca da ascensão da extrema-direita?

A Primavera Árabe mostrou que a Europa  estava dividida quanto ao asilo.

Devíamos nitidamente ter tirado mais  proveito da Primavera Árabe.

Preocupa-o a primeira vítima política  ter sido o Acordo de Schengen?

Claude, acabou o nosso tempo  do interlúdio Sim-Não.

Muito obrigado por ter participado.  -Foi um prazer.

Daqui a pouco vamos ver  as notícias desta semana,

mas antes, pergunto-lhe... Continua a  haver problemas com a política de asilo.

Estávamos esperançados num acordo.  Isso não aconteceu.

Quais foram os principais obstáculos?  -Com a política de asilo, Jim...

Temos um pacote de asilo que tem a ver  totalmente com a partilha de encargos.

Era um pacote complicado que incluía  elementos de segurança como o pacote Eurodac,

que tem a ver com as  impressões digitais de asilo,

mas também tratava de outros elementos,  procedimentos, etc.

Isto é muito difícil de interpretar  pelas pessoas que não são de cá.

Mas em conjunto cria algo que tem a ver com a  partilha de encargos entre Estados-Membros

A questão tem sido fazer que todos os  Estados-Membros concordem com o pacote.

Claude, voltaremos a falar deste assunto  e de outros elementos daqui a pouco.

Mas antes vamos ver as notícias da  semana com Caroline Grasso.

48 horas após a cimeira da UE,  um relatório no PE, na 2ª feira.

Na 6ª feira passada, os 27 acordaram, por fim,  num único sistema de supervisão bancária.

O BCE terá  poderes alargados de fiscalização.

Objetivo: melhorar a  prevenção de crises. 

Mas o futuro da zona euro não está decidido, como  os MPE realçaram mais uma vez.

O problema é que os 27 adiaram a  questão da nova governação da zona euro.

O Presidente do BCE,  Mario Draghi, esteve também

no PE na 2ª feira para reunir com  MPE da Comissão Económica.

Foi uma oportunidade para debater  o novo mecanismo de supervisão bancária

e também o futuro da zona euro.  Apesar de tudo,

o último diálogo monetário terminou  com uma nota encorajadora.

Esperamos que a fragilidade económica  se estenda pelo novo ano

com uma recuperação muito gradual  na segunda metade do ano.

Um ânimo para a paz e a  democracia na Europa.

Foi colocado um enorme anúncio luminoso  na fachada do PE em Bruxelas, 2ª feira.

É um tributo a Václav Havel  que morreu há um ano.

Havel foi o último presidente da  Checoslováquia

e depois o líder da República Checa,  após a Revolução de Veludo de 1989.

Um símbolo das mudanças políticas  nos antigos países comunistas,

a sua ação culminou com 10 novos  Estados-Membros a juntarem-se à UE.

Claude, voltemos por momentos  à questão do asilo.

Os eleitorados normalmente parecem  insensíveis em relação aos migrantes.

De quem é a culpa? Dos média  ou dos políticos?

A questão da imigração e do asilo vai  muito fundo aos sentimentos das pessoas.

Há uma reação humana  contra 'o outro',

pessoas que vêm de outros países.  É uma reação humana histórica.

Portanto, é uma coisa estabelecida,  histórica. Mas, em segundo lugar,

há uma reação económica. Temos um  período de austeridade. 

Por isso, as pessoas sabem que precisamos de  migrantes, pessoas que vêm para cá,

que aceitam tarefas que ninguém quer fazer...  -Elas sabem isso bem?

A Europa foi construída com a migração.  -É isso.

As pessoas veem os migrantes fazer os  trabalhos que muitas pessoas não querem.

Cada vez mais, veem os migrantes fazer  trabalhos altamente qualificados que nós 

não podemos fazer. Mas há uma espécie de  negação a que chamamos reação visceral,

uma reação contra as  pessoas porque temos medo do outro.

E isso está agora a intensificar-se  por causa da austeridade.

Em tempos de austeridade, há uma reação

porque as pessoas sentem que há um bolo  que não querem continuar a dividir.

Por isso, a austeridade está a tornar  esta reação cada vez mais forte.

É por isso que... Por exemplo, sou responsável por  uma diretiva de trabalhadores sazonais

em que tivemos  um debate a três esta semana,

e vemos o Conselho, os Estados-Membros,  a reagir muito mal a isso.

Fazem-no não porque não precisemos.Precisamos  de proteção para os trabalhadores sazonais.

Chegam em  número igual ao que sempre chegaram,

porque precisamos de trabalho sazonal,  precisamos de pessoas para fazê-lo,