Apesar dos milhares de milhões injetados nos bancos pelo BCE, as PME estão com dificuldades em obter crédito. A EPTV investiga as consequências humanas na Bélgica e em Itália.

Repórter UE: O número de vítimas mortais da crise da dívida

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/16040393/m003-0209-pt_mf.srt

Apesar dos milhares de milhões injetados  recentemente nos bancos pelo BCE,

as empresas da UE  estão com dificuldades em obter crédito.

A EuroparlTV investigou  na Bélgica e em Itália,

países onde muitos proprietários  de empresas já cometeram suicídio

vieram de toda a Itália  e encontraram-se em Bolonha a 4 de maio.

Vieram apoiar uma viúva  abatida pela dor e angústia.

São esposas ou companheiras  de empresários que cometeram suicídio

em resultado das suas dívidas  avassaladoras.

Tiziana era a esposa  de Giuseppe Campaniello,

artesão que se imolou pelo fogo a 28/03  em frente a uma repartição de finanças,

que exigia cerca de €200.000  de pagamentos em atraso.

Giuseppe era uma pessoa bem equilibrada.

que, para ele, a sua única saída  foi tirar a própria vida.

que tinha compreendido  a situação em Itália

Desde o início de 2012, 32 empresários  cometeram suicídio em Itália.

Os bancos estão a ser responsabilizados.

Tornaram-se extremamente cuidadosos  ao emprestar dinheiro,

especialmente a empresários  em dificuldades.

A crise do crédito não significa apenas  custos de empréstimos muito elevados.

Hoje, é impossível  para as pequenas empresas

abordarem as agências de crédito  com quem trabalharam antes

As pequenas empresas  são as que sofrem mais

por causa da falta de liquidez devido a  pagamentos em atraso em particular,

mas estas PME são a espinha dorsal  da economia italiana.

Ernesto Rinaldi engarrafa  água mineral há 50 anos.

Para ele, a sobrevivência das PME  já não é garantida.

mas que ainda não chegou após 180 dias,

O BCE injetou 1.000.000 milhões de euros  no sistema bancário a juros de 1%.

As PME viram algum deste dinheiro  que poderia revitalizá-las?

nenhuma parte dele  foi atribuído às empresas.

No banco Intesa Sanpaolo  as pessoas têm opiniões diferentes.

A vantagem não é eu ter  um empréstimo a 1% do BCE

e dou-lho a si para comprar um torno,  por exemplo.

Atualmente, empresto-lhe dinheiro  para o torno a 5%

em vez dos 7%  que teria cobrado em dezembro.

Mas, em vista do dinheiro injetado  nos bancos da UE,

as taxas de juro  deveriam ser mais baixas?

Os bancos continuam a ser  motores do crescimento?

Vamos agora para Bruxelas, para a sala  de pregão de um banco internacional.

O porta-voz acha que a situação  deve ser analisada caso a caso.

As empresas em vários estados, sobretudo  aquelas à beira da Zona Euro,

também pagam um prémio de risco ligado à  situação económica do seu próprio país.

Este economista belga tem uma opinião  crítica sobre o sistema bancário.

Ele acha que os bancos  se aproveitaram das empresas

para compensarem as suas perdas  durante a crise financeira.

Os bancos adotaram  claramente uma posição

em que querem  reduzir os riscos que estão a enfrentar,

mas também querem aumentar  a rentabilidade do seu crédito.

As margens de lucro para o crédito  às empresas mais do que duplicaram

e é óbvio que o motivo  é a diminuição da concorrência.

Dimitri Verboomen  pagou um preço elevado.

A sua empresa de marketing  faliu em março

e ele teve de despedir quase 50 pessoas.

Foi-lhe também recusado um empréstimo  a longo prazo de €400.000.

Os bancos pediram-lhe garantias pessoais  significativas para a sua empresa.

Uma garantia  no valor de €100.000 ou €200.000

é uma soma considerável que pode colocar  as pessoas em dificuldades financeiras.

Se as coisas correrem mal,  o empresário pode ficar em dificuldades

em termos da sua vida familiar,  bem como profissionalmente.

Dimitri também critica a lentidão  dos bancos a tomarem decisões.

Desperdiçou seis meses  e a sua empresa sofreu.

O BCE considera agora um novo processo  para distribuir a liquidez aos bancos.