Esta prometedora nova fonte de gás pode poluir as reservas de água. Ouvimos os dois lados do debate.

Zoom: Extracção de gás de xisto

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/15454542/M001-0052-PT.srt

poderá vir das profundezas da terra,  através do gás de xisto,

um gás natural encontrado  a mais de 2000m de profundidade

e que, se extraído, pode reduzir  as nossas necessidades energéticas.

O problema é que, ao extraí-lo,  arriscamos poluir o aquífero,

os lençóis de água,  irreversivelmente.

onde os ambientalistas  manifestam-se contra o gás de xisto.

Depois debateremos a questão  com os convidados. Vamos até Larzac.

Em Larzac, no Sudeste da França,  este geólogo e guia de montanha

lembra-nos da importância da água,  escassa aqui à superfície.

Ele teme que a água seja poluída  pela exploração do gás de xisto,

feita há 10 anos na América do Norte  e talvez em breve na Europa.

Este xisto tem gás.  Peguemos nestas duas pedras.

É isto que irá acontecer.  Há o risco da água arder.

A UE está entre uma grande solução  energética e um pesadelo ambiental.

Para extrair o gás, são cavados poços  com mais de 2500m de profundidade.

É injectada uma mistura de água,  areia e químicos, a alta pressão,

A fraturação hidráulica faz o xisto  quebrar e libertar gás natural, metano,

mas o gás, ao subir,  pode contaminar o lençol de água.

No Sul de França, emitiram-se  três licenças de exploração,

cobrindo uma potencial área  de mais de 15000 km2.

Uma aplica-se a Nant, uma cidade  no centro do planalto de Larzac,

o maior reservatório de água  em França.

José Bové, eurodeputado dos Verdes,  voltou para defender a sua terra

desta técnica,  invasiva para o ambiente.

É um território calcário frágil,  com lençóis de água

que fornecem centenas de milhar  de pessoas na zona de Causses.

Há que optar entre fornecer água  às pessoas e produzir gás.

As petrolíferas recebem  cada vez mais licenças na UE.

Em França, após Aveyron e Ardèche,  a bacia de Paris é a 8ª zona indicada.

A escavação deverá começar  na primeira metade de 2011.

Não imagino que a tecnologia  faça a água arder.

Confiantes a início, as empresas  energéticas moderam as palavras,

para acalmar  os dois lados do Atlântico.

Achamos as reacções e questões  levantadas na Internet justificadas.

Com os testes e estudos  que realizamos,

visamos responder  a todas as questões.

As empresas insistem  que estão apenas em fase de exploração,

mas isso já é demais,  para o nosso guia geólogo.

há o risco de contaminar  todo o sistema de águas subterrâneas.

Opinião partilhada  pela eurodeputada Eva Joly,

que foi ao local  ver a escassez de água.

Ainda que apenas para exploração,  têm de escavar.

Utilizam substâncias tóxicas  e vêm camiões ao local.

Pescadores, geólogos e agricultores  do Sudeste da França estão contra.

O governo francês  suspendeu a prospecção, para já.

Já a Polónia parece satisfeita  por emitir licenças,

convencida que, com as novas técnicas,  os poços são perfeitamente selados.

Para percebermos a questão do gás de  xisto e a sua eventual extracção na UE,

tenho comigo Michèle Rivasi,  do grupo dos Verdes.

Começo por si, Michèle Rivasi.  Este gás natural sob os nossos pés

será a solução para os problemas?  É o Eldorado ou um pesadelo?

O gás de xisto é extraído,  há 10 anos, nos EUA e no Canadá

e vimos que, a início,  foi imposto à população,

pois os primeiros estudos de impacto  só estarão disponíveis em 2002.

Em 2012, pela Agência Americana  de Protecção Ambiental.

As pessoas tiveram conhecimento  desta decisão em França.

Há o risco de poluição das águas,  de poluição do ar,

Este gás de xisto, que aumentará  o nosso fornecimento de gás...

Penso que terá outra opinião.  Porquê?

Não devemos ver o gás de xisto como  um gás misterioso, é um gás natural,

localizado em placas de xisto  e não em bolsas de ar.

Há 100 anos que escavamos poços  para extrair o gás convencional.

O processo é similar, mas,  a dada altura, abrimos poços horizontais

para lançar um fluido especial, gerar  fraturação hidráulica e extrair o gás.

O gás tradicional  localizava-se em bolsas.

Neste caso atravessamos rocha  que aprisionou este gás

e temos de abrir outro poço  200 ou 500m mais à frente.

O facto de usarmos pressão aquática  para puxar o gás à superfície...

É isso que pode poluir  o lençol freático.

A tecnologia para extrair  gás convencional era diferente.

é se a população está pronta  a aceitar a poluição do lençol freático

o que aumentará os gases com efeito  de estufa que geram aquecimento global.

É isso que devemos  perguntar à população.

A tecnologia tem regras rígidas e  não vejo qualquer possibilidade de fuga,