Gerará a COP21 um acordo vinculativo universal para mantermo-nos dentro do crítico limite dos dois graus? Gilles Pargneaux responde às preocupações da sociedade civil.

Negociações de Paris sobre o Clima: o fracasso não é opção

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/12127320/n004-0035-ptx.srt

Com a Conferência de Paris  sobre Clima no horizonte,

Metas obrigatórias para a redução  de gases com efeito de estufa,

renováveis ou fundos para países  em vias de desenvolvimento?

Reunimos com o líder  da delegação de MPE,

o Socialista Gilles Pargneaux,  que estará em Paris para a COP21.

Bom dia, Sr. Pargneaux:  estamos a dias da Conferência de Paris,

que estarão em Paris como  observadores, na sua maioria.

Têm questões a colocar-lhe.  -Muito bem.

Muito bem, a primeira questão  é do setor ambiental.

O acordo de Paris,  para ser bem-sucedido,

devem impor um processo de revisão  capaz de aproximar

os atuais, e inadequados,  compromissos de redução de carbono

dos compromissos adicionais  necessários

para ficarmos abaixo da linha  de segurança de dois graus.

Muito bem...  -Este é o acordo do século.

O acordo de Paris deve evitar que,  tal como no final do século XX,

ocorra um aumento da temperatura  global de mais de dois graus.

Há que fazer tudo para garantir  que as iniciativa tomadas,

Se nada fizermos, haverá  um aumento da temperatura global

Multiplicar-se-ão os refugiados  climáticos, se nada for feito.

no combate ao aquecimento global.  Eis a questão para responder.

Aproxima-se a COP21 e ouvimos falar de  agricultura inteligente face ao clima

e promove-se OGM, biocombustíveis  e nanotecnologia como soluções,

o que nos preocupa.  Tem a noção, eurodeputado Pargneaux,

de que a meta  destas supostas soluções

é enriquecer ainda mais  as multinacionais que as propõem

e fazer desaparecer  os pequenos agricultores?

Temos a oportunidade,  ao longo do século XXI,

de garantir o foco na agricultura  biológica amiga do ambiente

e claro que haverá financiamento,  em todo o mundo,

para este modelo agrícola  mais amigo do ambiente.

A próxima questão vem da Polónia,  desta vez sobre o carvão.

O que representará o acordo da COP21,  na prática,

Devemos continuar  a financiar o carvão, Sr. Pargneaux?

Não, o objetivo da UE é progredir  para uma indústria baixa em carbono,

com os preços do carbono  a deixarem claro ser mais lucrativo

investir em indústrias menos poluentes  do que nas mais poluentes,

Dito isso, os países podem optar  pelo cabaz energético que quiserem,

logo nada proíbe a Polónia  de investir no carvão.

O objetivo de Paris é produzir  um acordo vinculativo

e espero que seja  vinculativo para todos.

Terão os países em vias  de desenvolvimento um papel crucial?

Sim.  -O que devem os países ricos fazer

Em jogo na COP21,  e com a vontade forte

e a presidência de Laurent Fabius,  o ministro dos Negócios Estrangeiros,

está libertar, através da COP21, fundos  de 100 mil milhões de euros anuais,

a partir de 2020, para o apoio  aos países emergentes.

Eis a última questão, de um dos  principais agentes da área climática:

O ex-vice-presidente do PIAC,  Jean-Pascal van Ypersele,

que já abandonou esse papel,  dá-nos o seu contributo, vamos ouvir.

para manter e desenvolver a capacidade  de investigação científica

fundamental, por um lado para  os processos climáticos já em curso,

perigos e questões, mas também  para os processos sociais

que impedem a evolução mais célere  para uma sociedade isenta de carbono?

Quanto a mim, como relator do PE  sobre a COP21,

julgo termos de manter a vigilância,  pois teremos a COP21 em 2105,

mas teremos a COP22 em 2016  e a COP23 em 2017,

e, claro, nós, enquanto MPE,  devemos ser o motor,

mais ambicioso do que o adotado  pelo Conselho há alguns meses.

Para Paris ser um sucesso,  na sua opinião,

quais são os pontos  em que terá de haver acordo?

No final da COP21, é crucial podermos  dizer que as decisões propostas,

vinculativas  e aplicadas universalmente,

garantirão que,  no final do século XXI,

o aumento da temperatura global  não ultrapassará os dois graus.

Obrigada e bom trabalho para Paris.  -Obrigado.