Com o relatório final da comissão especial do Crime Organizado, a presidente, Sonia Alfano, julga ser necessária uma comissão permanente para realmente vencer o crime organizado.

Entrevista: união na luta contra as máfias

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/16384044/n003-0261-pt.srt

Sonia Alfano, a comissão CRIM  encerrou os trabalhos,

a comissão especial anti máfia  e crime organizado.

Tinham 18 meses para convencer  as pessoas, conseguiram?

Não foi fácil  mas, dados os resultados de hoje,

conseguimos levar os nossos  colegas, até os mais céticos,

a reconhecer que há máfia ou crime  organizado nos Estados-Membros

e que há que abordar a questão com  uma lei comum a todos os países.

Quais as medidas legislativas  que conseguiu aprovar

Fulcral é reconhecer como crime  a associação mafiosa,

e banir da participação  em eleições

por crimes contra  a administração pública,

de crime organizado  ou outros crimes graves.

Leis de proteção dos familiares  das vítimas e de testemunhas,

Sabemos que, a esse nível,  as palavras são levadas pelo vento

sem negociações com países  extracomunitários, mesmo europeus.

Há esperança de que,  num contexto europeu,

haja vontade de fazer  progredir este dossier?

A Suíça, um desses países,  mudou de posição.

A Suíça tem sido bastante  mais cooperante

Mas sem dúvida que abolir  o sigilo bancário é vital para nós.

A ilusão fiscal  é uma das explicações

do buraco orçamental de um bilião  de euros, recém descoberto.

Afeta e continuará a afetar o bolso  dos cidadãos italianos e europeus.

Outra questão é que os grandes  bancos europeus são investigados

Este sistema de controlo  e de introdução de limites

garante uma necessidade forte  de regras rígidas e decisivas.

o diálogo foi intenso  ou podiam ter feito mais?

não foi fácil,  pois os meus colegas perguntavam:

"Porque falamos da máfia italiana  no Parlamento?"

Tivemos de mostrar  que o problema já não é italiano,

a máfia infiltrou-se  no mundo da política,

das instituições  e no mundo empresarial.

Há outros Estados-Membros em  risco de passar pelo que passámos.

Ao provarmos que nenhum  Estado-Membro está imune ao risco,

perceberam logo  que a sua clemência no passado

incentivou, infelizmente,  a radicação da máfia.

Quais os dossiers lançados  por esta comissão especial

que espera que sejam aprovadas  na próxima legislatura?

Sem dúvida a proposta  de um Promotor Público Europeu.

Sanções mais duras  para associação mafiosa?

Exato,  fizemos algumas recomendações.

O Parlamento e a Comissão  devem perceber a mensagem.

Espero que os que cá estivermos  na próxima legislatura

e promover ainda com mais convicção  o que fizemos na CRIM.

Creio que o Parlamento,  feito este trabalho,

não pode acabar tudo  com uma comissão especial.

A comissão especial CRIM  deve tornar-se permanente.

Boa sorte para o restante trabalho.  -Obrigada.