Com a nova política agrícola da UE na sua fase de formação, quais são as esperanças e os receios dos jovens agricultores e especialistas? A EPTV rumou a França para investigar.

Reforma agrícola: limitar ou estimular o crescimento?

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/16458130/m003-0276-pt.srt

É uma revolução que ocorreu  quando sabemos que durante décadas

todo o sistema contou com  quotas e preços garantidos.

O acordo está feito. Resta saber o que  os Estados-Membros vão fazer com ele.

Queriam flexibilidade  e conseguiram-na.

Há mais 'lavagem verde'  do que ecologização.

Houve avanços  no desenvolvimento rural,

mas não fomos tão corajosos  como devíamos ter sido.

Muitas destas questões  voltarão a inquietar-nos.

Na região de Picardia,  no norte de França,

Alexandra Jourdain mostra  a exploração pecuária da família,

300 touros da Aquitânia  e vacas leiteiras.

É um setor difícil,  que exige muitas horas, todos os dias.

Tudo vai piorar quando ela e o marido  abrirem uma nova quinta ao cimo da rua.

A partir de segunda-feira  vou gerir uma quinta.

quer seja no trator ou com os animais,  mas também no escritório.

Vai haver momentos difíceis,  como em todos os negócios,

A atitude dela coincide  quase com a semana

com o acordo final no PE de uma  Política Agrícola Comum reformada.

Como jovem agricultora,  Alexandra vai receber

25% extra do pagamento direto  que vai obter da PAC.

Continua, alegando  que é mais ecológico

e mais apelativo  para uma geração mais nova.

Mas é muito cedo  para provar as alegações

de que é também mais justo,  mais flexível e menos burocrático.

Não posso dizer que é bom  ou que é menos bom.

Todos queríamos a Europa.  Não está a mostrar as suas limitações,

Mas, apesar disso,  tentaremos adaptar-nos,

E os esforços  para melhorar a agricultura?

Esta é uma região  de solo rico e muita chuva,

mas nada como este outono  em que não parou de chover num mês,

estragando as colheitas  vitais para o sustento de inverno.

Vê? O que está aqui hoje  é a única coisa que vamos poder colher.

de que o tempo  está a ficar mais extremo.

Parece-nos que  as alterações climáticas estão a chegar.

Na região, 100 quilómetros a oeste, está  Alexis Patria, agricultor de cereais.

Proprietário de 500 hectares,  aguarda pela ordem

dos pagadores  da indústria do açúcar

para colocar coberturas de inverno  sobre a cultura de beterraba.

Há 2000 toneladas nesta minimontanha,  cerca de 60 mil euros.

Alexis Patria vai receber  quase 100 mil euros

em apoios este ano.  Precisa de cada cêntimo.

Há pouco nas reformas agrícolas  para oferecer conforto para além disso.

De um ponto de vista  económico e regulamentar,

não vejo qualquer oportunidade possível  nesta PAC recentemente anunciada

Na verdade, não há nenhuma,  porque esta PAC é muito coerciva.

Não é apenas a perda de apoio.  Os Estados-Membros têm novos poderes

para distribuir pagamentos  conforme achem adequado -

quintas grandes ou pequenas,  vacarias ou aráveis.

As alterações em França, diz,  serão dramáticas.

A PAC proposta hoje em França  para uma quinta como a minha

levará a uma redução de 45%  nos subsídios recebidos.

Eu poderia lamentar o facto  de a PAC estar a ser renacionalizada,

de haver forte subsidiariedade  para as regras europeias.

Serei penalizado,  incluindo a distribuição de subsídios,

em comparação  com os vizinhos europeus.

Se os preços se mantiverem estáveis,  poderei adaptar-me.

Caso contrário,  a minha quinta não sobreviverá.

em que grupos de campanha e interesses  desempenharam um papel importante?

Uma amálgama. Oportunidades perdidas  na mudança para a industrialização,

Há mais possibilidades  para os pequenos proprietários.

Há mais possibilidades  para os jovens agricultores

e com a ecologização  há algum esforço

em tornar a produção mais sustentável.

Houve um compromisso,  um claro compromisso,

em todas as instituições da UE  neste processo

e como a parte da inovação  seria abordada.

Gostaríamos de mais  investimento na agricultura.

Há um grande potencial para os cidadãos  europeus, não só para os agricultores.

De volta a Picardia,  Emilien Bernard gere um restaurante

associado a uma pequena quinta de patos  que faz alimentos e pratos epicuristas.

Como pequeno proprietário que satisfaz  a crescente procura de produtos locais,

sente-se fortalecido  pelas reformas da PAC? Nem um pouco.

Hoje, a agricultura  está muito estandardizada e uniforme.

ou o que alguém semear na Bélgica  ou na Alemanha ocidental,

Estaremos em risco de perder o know-how,

mas isso também não leva à qualidade.

Como inverter a maré, a tendência  do domínio da grande indústria?

Uma questão talvez para a próxima grande  reforma da Política Agrícola Comum.