25% dos jovens europeus estão desempregados. A Iniciativa Emprego Jovem foi proposta para combater o problema, mas será possível, numa Europa em crise?

Entrevista; Seis mil milhões de euros para o emprego jovem, a favor ou contra?

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/16289995/n003-0247-ptx.srt

A taxa de desemprego jovem na UE  é de quase 24%.

Em países como a Grécia  e a Espanha até ultrapassa os 50%.

A Comissão propõe uma iniciativa de  emprego para quem tem menos de 25.

Nos próximos 7 anos, vão reservar 6 mil  milhões de euros para zonas pobres.

Empregos financiados para jovens são  a solução e o orçamento é suficiente?

Perguntamos à MPE francesa  Elisabeth Morin-Chartier

Estes 6 mil milhões de euros são  um sinal de que há vontade política

de ajudar os jovens  a entrarem no mercado de trabalho.

Mas já se sabe  como funciona na realidade.

mas os jovens, sobretudo as mulheres,  têm dificuldade em arranjar emprego.

As mulheres jovens demoram mais seis  meses a entrar no mercado de trabalho.

Portanto, o Fundo Social Europeu  irá completar

o que esta Iniciativa para o Emprego  dos Jovens não consegue alcançar.

São biliões de euros de financiamento  disponibilizados em vários programas,

Chega a 1.200 euros por cada  jovem desempregado na Europa.

Como vai ser financiada esta iniciativa?

O financiamento não acontecerá  em detrimento de outras políticas,

porque o Fundo Social Europeu  é sobre integração profissional.

Esta iniciativa jovem, pelo contrário,  enfrenta um grande problema de frente,

nomeadamente a dificuldade  de entrar no mercado de trabalho.

Pelo que sabemos, o financiamento  será tirado de outros orçamentos.

Não chega. Para resolver realmente  o problema, será preciso mais dinheiro.

A Comissão da UE diz que visa  os jovens com menos de 25 anos.

Uma das nossas críticas é ser restrita  a jovens até aos 25 anos.

Já há uma geração perdida por aí.  Temos de aumentar a idade para os 30.

Além disso, este programa não é  obrigatório para os Estados-Membros.

A nossa crítica principal é  que irá causar uma fuga de cérebros.

Jovens necessários às economias  dos seus países serão caçados

e depois, só os mais inteligentes  serão enviados para a Europa.

Não é uma solução razoável  para a recuperação económica.

A Comissão limitou o alvo  a jovens entre os 15 e os 24 anos.

Isso é verdade para quem deixou  a escola sem qualificações.

Mas também há jovens licenciados  que não conseguem arranjar emprego.

Portanto, aumentamos a idade para 30  no caso dos licenciados.

As regiões terão de fazer esforços  para participarem no projeto.

A maioria das regiões  já não têm dinheiro. O que dá?

Incluía uma cláusula de condicionalidade  macroeconómica que estipulava

que a boa gestão teria de integrar as  decisões de financiamento da UE.

pois não se pode pedir mais dinheiro  a regiões que já estão em dificuldades.

Isso é um problema enorme,  que criticamos muito.

Os países que já sofrem com a  austeridade e restrições orçamentais

Será exclusivamente para os países  europeus economicamente fortes,

o que irá enfatizar o problema  da fuga de cérebros.