O Representante da Santa Sé para a UE, Alain Lebeaupin, fala das mudanças na Europa desde a visita de João Paulo II e da mensagem que o Papa Francisco trará ao plenário em Estrasburgo.

O Papa Francisco encontrará uma Europa diferente

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o Papa Francisco visita o PE  em Estrasburgo, a 25 de novembro.

Qual será a sua mensagem e como vão  as relações entre a UE e o Vaticano?

Falámos com Alain Lebeaupin,  Núncio Apostólico na União Europeia.

A primeira questão é simples:  como devo tratá-lo?

ou Sr. Representante  da Santa Sé na UE?

Tradicionalmente,  os Núncios são também arcebispos,

logo, de forma geral, pelo menos na  Europa, são tratados por Monsenhor.

Como vê, respondi a uma  questão simples com simplicidade.

Tratá-lo-ei simplesmente  por Monsenhor.

Eis a primeira questão:  o Para virá a Estrasburgo

para a sessão plenária do PE,  dentro de poucas semanas.

Porque vem o Papa? Visita  a França ou é uma visita europeia?

e é com alegria que pudemos agora  preparar esta visita do Papa.

O Papa entende  que a visita deve ser europeia.

Se a compararmos  com a visita de João Paulo II...

De forma geral, as visitas de João  Paulo II tinham dimensão pastoral,

visitar a UE através do Parlamento  e o Conselho da Europa,

o que prova o interesse da Santa Sé  no que faz a União Europeia.

Atualmente, a Europa  procura cada vez mais o seu rumo,

que o Papa Francisco levanta  antes da sua visita a Estrasburgo.

Em especial enquanto representante  do Vaticano em Bruxelas,

como negoceia  com a Comissão e com o Conselho?

Tem os contactos  para debater tais temas?

Percebemos que a Europa não  se constrói apenas com a economia.

Creio que o Santo Padre  encontrará uma Europa

totalmente diferente da que  João Paulo II encontrou na sua visita.

Mas qual é a sua reação  à Europa atual?

Tivemos eleições a 25 de maio.  Seguimos o que o próprio diz,

mas gostaríamos de saber  qual é a sua visão da Europa.

O não ser um Papa europeu  gerou alguma preocupação,

o que pensa  e o que dirá ele da Europa?

Mesmo sendo europeu e vivendo  fora do continente europeu,

criamos uma ideia específica  da Europa.

Assistimos à sua  grande diversidade cultural,

mas temos uma ideia  do que é a Europa.

Talvez isto se aplique ainda mais  quando estamos na Europa.

Em relação à atualidade...  Falou sobre imigração.

O Papa Francisco reagiu  o que se passou neste verão.

Qual é a sua função  na União Europeia?

Mantém o contacto  com a Sra. Mogherini?

É verdade, enquanto Núncio  Apostólico para a União Europeia,

tudo o que faz parte  do esforço de integração europeia.

Seguimos de perto  o que acontece dentro da Europa.

Antes de mais porque  a igreja Católica, em particular,

uma vez que falamos do Papa,  está presente,

pode não ter os mesmo seguidores  de outros tempos, mas está presente.

A UE, como configurada  ao abrigo do Tratado de Lisboa,

Enquanto representantes  da Santa Sé para a UE,

a Santa Sé está também  presente em todo o mundo.

Temos provavelmente  a maior rede diplomática em África.

Estive sempre em contacto com  representantes da UE, é importante.

Será importante para a Santa Sé  saber que, ao nível da UE,

está patente o reconhecimento  dos valores Cristãos

em tudo o que é feito  na política europeia?

Há que ter  uma visão dinâmica das coisas.

A mensagem Cristã  assenta numa frase simples:

Há que amar o próximo.  Amamos Deus e o próximo.

Os direitos humanos não são matéria  em que o Cristianismo não teve papel.

Até no Iluminismo  teve princípios basilares Cristãos.

Sim, mas podemos analisar  períodos históricos menos...

Quis dizer que houve  uma evolução cultural.

Falou de riqueza cultura.  Importará recordar

que, a dada altura,  a UE considerou referir,

em preâmbulo à Constituição, valores  culturais, religiosos, e humanistas.

Estava patente  uma espécie de Cristianismo.

adotado pelos membros  da convenção da altura.

o importante não é existir o texto,  mas a realidade.

Se a Europa  que está a ser construída

a dignidade humana for central à  preocupação económica e financeira,

poderemos não ter valores Cristãos  em texto, mas tê-los-emos na prática.

Agradeço-lhe esta entrevista,  vê-lo-emos em Estrasburgo.

Se a minha saúde o permitir,  certamente.