Uma Europol mais forte seria capaz de prevenir atentados terroristas e travar os Jihadistas cibernéticos? As respostas do chefe Rob Wainwright.

Antiterrorismo: Qual o papel da Europol?

https://api.multimedia.europarl.europa.eu/documents/20125/12013658/n003-0347-ptx.srt

A questão da segurança na UE  mudou drasticamente nos últimos anos.

154 pessoas foram detidas  só nos primeiros 3 meses de 2015.

Jamais aprovarei  a proibição da encriptação na UE.

Como coordenar a resposta dos  Estados-Membros aos ciberataques?

Com as nuvens negras do terrorismo  a fazerem sombra à UE,

a EuroparlTV falou com  Rob Wainwright, Diretor da Europol,

o paladino da UE  contra o crime grave e o terrorismo.

Sr. Wainwright, obrigada  por estar connosco na EuroparlTV.

Não foi um organismo criado  para lidar com o terrorismo,

mas o seu mandado  mudou ao longo dos anos.

Será um mecanismo eficaz  no combate ao terrorismo?

Há mais de 10 anos,  já antes do 11 de Setembro,

que temos mandado também  para o antiterrorismo,

que aumentou nos últimos 10 anos  e voltou a disparar neste ano,

desde os atentados em Paris  e noutros locais da Europa.

A Europol existe para ajudar a Polícia  a identificar criminosos, terroristas

e para coordenar operações para  travar atentados como os deste ano.

Os Estados-Membros  dão-lhe muito acesso a informação?

É uma questão mais operacional  do que administrativa,

pois estamos na vanguarda da troca  de dados sobre casos em aberto,

para identificar suspeitos e ajudar  a coordenar algumas operações.

Após os atentados de Paris,  por exemplo,

partilhámos boas informações  com as autoridades francesas,

em especial sobre  o financiamento dos atentados,

Mas a Europol não é uma Polícia,  não somos o FBI,

não fazemos detenções  nem temos poderes executivos,

só fornecemos apoio operacional  e ao nível das informações,

algo em que nos concentramos  na área do antiterrorismo.

Diz-se que o papel pode evoluir  mais após os atentados de Paris.

que a Europol cria uma unidade  antiterrorismo para apoiar os países.

Pode falar-nos sobre  como pode o vosso papel evoluir?

Precisamos de organizações  internacionais, como a Europol,

Centramos o esforço da Europol  nesse sentido,

para vigiar o financiamento ao terror,  o fluxo de armamento ilegal

e especialmente  o quadro de informações

à volta de quem viajar  de e para a Síria e do Iraque.

Foi criticado, por alguns MPE,  por esbater as linhas

entre a competência nacional  e o que deve ser o papel da Europol.

no âmbito do nosso mandado legal,  não o ultrapassamos.

A TV5Monde abordou a ascensão  dos Jihadistas cibernéticos.

Surpreende-me não termos visto  uma maior dimensão terrorista na rede,

pois o leque de atentados,  a capacidade criminal

que vimos desenvolvida na Internet  nos últimos dois anos

é imensa, na medida  da nossa dificuldade em impedir

que afete as nossas economias  e segurança das pessoas.

Os grupos terroristas, incluindo  o Estado Islâmico, adaptaram-se

e aplicam algumas  técnicas semelhantes.

têm ainda muito a evoluir,  mas julgo estarmos numa fase

em que surge receio da hipótese  de um atentado terrorista cibernético.

As agências não podem vigiar todos  os terroristas suspeitos ou conhecidos.

que as autoridades sabiam que um  dos irmãos Kouachi fora ao Iémen.

É difícil, lidamos com uma grande  comunidade de potenciais terroristas,

de gente que pode, ou não, ter  viajado para a Síria ou para o Iraque

ou ter estado  noutras regiões de conflito.

As autoridades francesas,  com base na informação disponível,

subestimou o caso, por terem passado  quase 10 anos despercebidos.

Isso mostra os limites da Polícia  e das agências de segurança

Não podemos vigiar milhares  de pessoas ao mesmo tempo,

nem o desejamos,  no âmbito das democracias liberais.

A questão é usar  as melhores informações possíveis

para dar prioridade  aos casos mais importantes

e parte fulcral é a eficiente  troca de dados transfronteiriça.

Temos um melhor mecanismo jurídico,  somos mais especializados

e temos controlos mais fortes  de proteção de dados na UE.

Sr. Wainwright, agradeço a entrevista.  -Ora essa.